quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Brasileiro atropelado pela comitiva de Michael Jackson conta detalhes do encontro com cantor




Um astro inatingível, cheio de manias? Michael foi muito além disso. No Brasil, onde esteve apenas três vezes, deixou um rastro de surpresas.

A ansiedade ocupava todos os espaços. Pescoços esticados, olhos grudados na porta do avião. Foi sob um guarda-chuva amarelo e com um buquê de flores que os fãs viram Michel Jackson pisar em São Paulo, em outubro de 1993.

Os dois shows no Estádio do Morumbi bateram recorde de público e encheram os olhos de mais de 180 mil pessoas. Fogos, luzes, efeitos especiais e o rei do pop ali ao vivo arrasando, com seu estilo único.

Mas as notícias sobre Michael Jackson em São Paulo foram muito além do que acontecia no palco do Estádio do Morumbi. “Dangerous” - perigo ou perigosa em inglês - era o nome da turnê. É uma palavra que define bem o risco de estar por perto quando o furacão Michael passava.

O jornalista Márcio Alberto de Paula tem um pino de platina na perna direita como eterna lembrança daquele momento alucinante.

“Mexeu bastante com a minha vida, porque, do nada, do anonimato, você aparece depois na capa de um jornal. Ainda com mais as pessoas sempre te associando com o Michael Jackson. Qualquer lugar que eu ia, todo mundo queria saber”, afirma Márcio.

O menino que queria apenas matar a curiosidade de ver um astro de perto ganhou fama involuntária e repentina, ao ser atropelado pela comitiva de Michael na visita do cantor a uma fábrica de brinquedos.

Márcio lembra que estava encostado em um carro da polícia. ”Exatamente. Ele saiu e bateu no carro que era onde eu estava. Prensou a minha perna entre a van e o carro da polícia.”

Em um dia, o acidente. No outro, a cirurgia. E, de repente, uma surpresa entra na vida de Márcio. “Eu não tinha ideia. Ninguém me avisou. Eu não sabia que ele ia lá. Então, eu estava normal, assistindo à televisão, e ele abre a porta e entra. Eu não imaginava”, conta.

Vendo o vídeo, o jornalista lembra que quase chorou no momento. “Foi uma emoção. Para mim, foi muito bacana. Foi uma atitude extremamente generosa da parte dele”, diz.

A família inteira de Márcio acompanhou o encontro, que também teve seus momentos de portas fechadas. “Ele pediu para o pessoal sair do quarto. Aí, ele perguntou como é que tinha sido o acidente, falou que ele não queria que aquilo tivesse acontecido aquilo e pediu desculpas”, lembra. Márcio ainda conta que não conseguiu falar nada. “Não pedi autógrafo, esqueci”.

“Depois que a equipe saiu, ele tirou o óculos, ficou a vontade e brincou. Ele meio que deu uma dançada lá dentro do quarto, uma coisa assim. Ele ficou à vontade”. O jornalista também diz que achou ele estranho. “Estranho para o que é comum. Por exemplo, eu lembro que a pele dele não tinha uma cor normal, era um branco, mas não era um branco de pele mesmo”.

O ortopedista Fernando Miele da Ponte era um dos médicos que receberam o astro na visita ao hospital. A delicadeza de Michael foi mais marcante que a aparência exótica.

“Uma pessoa supereducada. Ele me passou que era uma pessoa do bem mesmo. Deu autógrafo para todo mundo. Não descriminou quem era médico, quem não era, os auxiliares, as copeiras. Ele conversou com todo mundo naquele dia", conta o ortopedista.

Com um toque de sorte, o jornalista Cláudio Tonhole se infiltrou nessa história. Foi confundido com um segurança e ficou muito perto de Michael Jackson.

“Ele tinha um jeito de andar que parecia uma entidade flutuando, que tenta tocar o chão com aos pés”,

Para Márcio, a mais profunda recordação que ficará não é a da poderosa estrela da música. “Naquele momento de intimidade, o que deu para captar foi a fragilidade dele, de uma pessoa frágil”, declara. O jornalista afirma que não sabe quem estava mais frágil ali, se era o menino que tinha sido atropelado ou o super astro.

FONTE: G1

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